sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Top 10 - Efeitos Visuais

 Não é tão difícil quanto parece eleger os melhores efeitos especiais. Apesar todos os anos serem lançados diversos  filmes com efeitos visuais mirabolantes, nem todos cumprem fielmente suas funções estéticas e conceituais mas há filmes que além de revolucionarem tudo, criando novas tecnologias de efeitos especiais/visuais, foram tão magníficos e perfeccionistas que ano após ano, continuam sendo referência. Muitos desses filmes, jamais superados até hoje.

Para isso criei uma lista dos Dez filmes que melhor representam os efeitos visuais, tanto na aplicação técnica, quanto inovação e criatividade.


Segue abaixo a minha lista: 


Os Melhores Efeitos Visuais de Todos os Tempos!

Critérios de avaliação: Técnica, inovação e criatividade.



O Parque dos Dinossauros. 

Título original: Jurassic Park. Ano: 1993.

Diretor: Steven Spielberg .





Quando Jurassic Park - O Parque Dos Dinossauros foi lançado em 1993, o mundo inteiro conheceu uma grande revolução nos efeitos visuais. A pré-produção do filme durou dois anos de intenso trabalho para desenvolver novos efeitos especiais que são até hoje utilizados por toda a indústria cinematográfica.

Foi a primeira vez em que dinossauros foram retratados com visual hiper realista e pareciam realmente animais vivos (que no enredo do filme eram animais concebidos pela engenharia genética), utilizando computação gráfica e animatrônicos de uma forma jamais vista até então, criando um novo padrão de alta qualidade nos efeitos visuais. Por isso esse filme merece estar na lista dos Melhores Efeitos Especiais de Todos os Tempos.


Brachiossaurus digital na cena em que os visitantes ficam vislumbrados aos verem o animal pela primeira vez. Com o lançamento do filme, foi a primeira vez em que as pessoas viram um animal totalmente digital nas telas de cinema.

Para isso, foram reunidos O Studio Stan Winston para construir bonecos mecatrônicos dos dinossauros em tamanho real e ILM (Industrial Light & Magic) para realizar os efeitos digitais, renderizando alguns dinossauros em CG(computação gráfico) para cenas específicas que precisariam de movimentos mais orgânicos e naturais dos animais. Os procedimentos para desenvolver os efeitos especiais necessários do filme duraram dois anos de pré-produção, tempo que foi suficiente para elevar tudo que existia de mais sofisticado no cinema para um novo nível de efeitos visuais.

Animações stop-motion foram realizadas para simular cenas e ocuparam o lugar do storyboard para preparar as ações, até que os próprios produtores experimentaram produzir uma animação totalmente em computação gráfica (CG) de um Tiranossauro Rex (T-Rex) correndo em um campo aberto.  Foi a primeira vez em toda a história do cinema que um personagem totalmente renderizado em CG foi animado em uma cena completa para o cinema.

O resultado dessa animação do T-Rex foi tão satisfatório por causa dos movimentos e textura realística que todos ficaram espantados, principalmente Spielberg, diretor do filme que decidiu utilizar esse recurso. Nascia nesse momento o padrão de computação gráfica para conceber personagens digitais que continuaria sendo utilizado até os dias atuais, cada vez mais sofisticados de acordo com os avanços computacionais. A tecnologia para efeitos especiais estava reinventada, representando em 2013, vinte anos de revolução digital.

Pela primeira vez na história do no cinema, personagens completamente digitais estariam interagindo com seres humanos em composição digital (montagem com o chroma key) com cenários reais, como na cena em que os Galiminus, Alan Grant e as crianças fogem do T-Rex(Tiranossauro Rex).

Ademais, o que deixou o filme ainda mais realista foram as cenas com animatrônicos (bonecos mecatronicos) como as cenas do triceratops doente e a do T-Rex atacando o carro Ford Explorer.


O Triceratops doente convencia que realmente era um animal vivo, respirando, movendo a língua, piscando os olhos de forma incrivelmente orgânica e realista. Obra prima do Diretor Spielberg e do mestre dos efeitos especiais Stan Winston com sua equipe de excelentes artesãos.


O T-Rex ataca durante a chuva. Boneco animatrônico em tamanho real...


Velociraptor se prepara para atacar. Animal totalmente digital interage com personagens reais.

O diretor Steven Spielberg foi extremamente criterioso e para conceber realismo aos dinossauros incluiu na equipe o paleontólogo renomado Jack Horner, que foi consultor e acompanhou de perto toda a produção sempre demonstrando as características corretas quanto a anatomia e movimentação dos animais(dinossauros). O autor do livro Jurassic Park também acompanhou a produção e adaptou um roteiro do seu próprio livro (Jurassic Park) de acordo com as necessidades orçamentárias da produção. Spielberg acompanhou e interferiu em todo o desenvolvimento dos efeitos visuais nos dinossauros animatrônicos e dos digitais, pois além de diretor, foi também produtor.




Matrix

Título Original: The Matrix. Ano: 1999

Diretores:  Lana Wachowski, Andy Wachowski




Matrix foi um divisor de águas e representou uma grande inovação cinematográfica. É difícil analisar os efeitos visuais desse filme sem pelo menos comentar o enredo, pois ambos (enredo e efeitos visuais) se completam com uma perfeição e originalidade nunca visto em qualquer outro filme, tanto que os efeitos visuais da passaram a ser copiados banalmente por outros produtores e diretores. Por isso Matrix merece estar nessa lista dos Melhores Efeitos Visuais de Todos os Tempos.

O enredo do filme por si só foi o suficiente para apresentar ao público uma magnífica trama de ficção científica que retrata conceitos filosóficos, religiosos, mitologia e literatura cyber punk introduzindo o espectador em uma grande metáfora sobre a sobrevivência humana e a alienação de pessoas dominadas e subjugadas pela ameaça da singularidade tecnológica (essa singularidade representa o período em que as máquinas/computadores irão superar a inteligência humana e por isso uma possível ameaça aos seres humanos).

 Neo acorda mas ainda não conhece a verdade sobre a Matrix. A computação gráfica é  utilizada para compor os cenários do filme.

A Matriz é uma projeção digital em que os seres humanos pensam estar vivendo naturalmente no século XX, mas na verdade estão adormecidos, escravizados por máquinas inteligentes que utilizam os corpos humanos para gerar energia. O que mantém esses corpos humanos adormecidos e vivos, mas pensando que estão vivos na ilusão do século XX é uma grande colônia de máquinas que "cultivam" os corpos dos seres humanos enquanto toda a humanidade está com a mente dentro da realidade virtual da Matrix.

Como a matrix é uma realidade virtual, os efeitos visuais do filme foram pensados dentro desse contexto e é exatamente por isso que a personagem Trinity consegue saltar longas distâncias entre um prédio e outro e realizar lutas incríveis (o mesmo acontece com outros personagens), pois algumas regras da Matrix podem ser quebradas.

Resumindo Neo, é libertado pelo grupo de Morpheus da ilusão da Matrix onde vivia como um hacker. Após saber toda a verdade, é treinado e preparado para se conectar a matrix conscientemente e enfrentar os "agentes" e libertar a humanidade. Morpheus que acredita que Neo é o e escolhido e quando se dar conta disso, poderá fazer o que quiser na matrix.

Aonde entram os efeitos visuais?

Bullet-time é o nome específico do efeito visual literalmente criado no filme Matrix para causar a sensação de câmera lenta se movendo ao redor dos personagens parados no ar: A cena se congela e o espectador os observa do ponto de vista da câmera rotacionando 360° em torno do personagem. O efeito foi criado graças a centenas de câmeras alinhadas, lado a lado, formando uma órbita ao redor dos personagens/cena ou objetos dos quais se deseja executar o efeito.

O efeito Bullet-Time é aplicado em uma cena de luta da personagem Trinity.


Bullet-Time:
  • Um grande número de câmeras estáticas captam a cena, mas elas são acionadas em sequência uma a uma ao redor do ator em vez de serem acionadas todas ao mesmo tempo;     
  • o ator é filmado em um fundo verde (técnica chroma key);    
  • o ator é suspenso por um cabo preso ao teto, assim pode ter sua queda interrompida ou parecer que está flutuando no ar;     
  • uma vez que a cena é filmada, softwares fazem a interpolação das imagens para provocar a sensação de câmera lenta. Assim, o produtor pode reduzir ou aumentar a velocidade da ação conforme quiser;     
  • fundos gerados por computador são então sobrepostos ao filme.



Cena onde Neo enfrenta o Agente Smith. O fundo verde é utilizado para realizar a técnica do chroma key, muito popular hoje em dia para colocar uma imagem sobre a outra anulando a cor padrão do fundo. Em filmes como Matrix, o chroma key é utilizado para encaixar cenários, mas a grande inovação em Matrix foi o efeito Bullet-Time!

Bullet-time foi utilizado durante esse longa metragem apenas quatro vezes, mas o impacto do efeito foi tão avassalador devido a originalidade/criatividade da utilização em cenas de ação que dezenas de filmes e comerciais passaram a copiá-lo banalmente. Vale ressaltar que conforme diversos relatos de espectadores, muitas pessoas ao assistirem Matrix, sentiram vontade de revê-lo imediatamente  por causa do efeitos propriamente dito.

Em um comercial, um cavalo para suspenso no ar exatamente como nas cenas de Matrix e a câmera move-se ao seu redor. Diversos filmes que nem vale a pena mencionar imitaram o efeito banalmente, mas nenhum deles conseguiram a mesma mágica proporcionada, pois as cenas de ação em Matrix têm um propósito que se encaixa adequadamente no enredo.



Metrópolis. 

Título original: Metropolis. Ano: 1927.

Diretor: Fritz Lang.



A mágica dos efeitos visuais em "Metrópolis" estavam nas miniaturas que funcionavam como cenários. Espelhos foram usados para realizar a combinação entre atores e cenário. Foi criada uma maquete de uma gigantesca metrópole, com ricos detalhes e os espelhos inseriam os atores na maquete.

Esse filme de 1927 foi considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão, uma obra-prima à frente do seu tempo e merece entrar para lista dos Melhores Efeitos Visuais de Todos os Tempos.

O filme estava tão a frente do tempo que algumas cenas se tornaram clássicas referências para ficção científica e efeitos visuais como a panorâmica da cidade com os seus veículos voadores e passagens suspensas.








2001: Uma Odisseia no Espaço

Título original: 2001: A Space Odyssey  Ano: 1968.

Diretor: Stanley Kubrick.


















Essa obra prima do cinema se tornou o maior ícone da ficção científica em toda a história. Stanley Kubrick  além de expressar sua genialidade (característica recorrente em seus filmes inteligentíssimos) demonstrou absoluto perfeccionismo ao ponto de várias cenas do filme continuarem impressionantes até mesmo para os padrões técnicos do cinema atual e por isso merece estar na lista dos Melhores Efeitos Visuais de Todos os Tempos!


 

Algo raríssimo acontece em 2001: Uma Odisseia no Espaço, muitas décadas depois do lançamento, continua intrigante e impressionante, mas é necessário muita paciência para assisti-lo. 

O andamento do filme acontece em ritmo lento, não há cenas de aventura ou de ação. A narrativa ocorre quase sem nenhum diálogo, portanto as mensagens estão nos "signos" visuais e quem assiste deve estar atento aos significante, pois nem sempre a interpretação das pessoas serão as mesmas quanto a esses detalhes e isso é bem claro em relação ao Monolito que aparece no filme em ambientes e situações completamente diferentes.

Esse filme aborda conceitos que vão além da ficção científica, remetendo a discussões filosóficas e a ciência da evolução humana, o domínio da tecnologia e a superação da inteligência humana pela inteligência artificial (singularidade tecnológica que filmes como Exterminador do Futuro e Matrix também abordam). 



O renomado astrofísico e astrônomo Carl Sagan foi consultor do filme.

Sagan, embora reconhecendo o desejo de Kubrick de usar atores para interpretar os alienígenas humanoides por questão de conveniência (provavelmente orçamento e a falta de uma tecnologia para mostrar extra terrestres realisticamente convicentes), argumentou que formas de vida alienígenas eram improváveis de ter alguma semelhança com a vida terrestre, e que para fazer isso seria "pelo menos um elemento de falsidade" ao filme. 

Sagan propôs que o filme sugerisse, ao invés de mostrar, uma super inteligência extraterrestre. Ele foi a estreia e ficou "feliz em ver que fui de alguma ajuda". Kubrick deu a entender que a natureza da misteriosa espécie alienígena não vista em 2001, ao sugerir, em uma em 1968, que dados os milhões de anos de evolução, eles progrediram de seres biológicos para "entidades máquinas imortais", e depois para "seres de pura energia e espírito"; seres com "capacidades ilimitadas e inteligência indomável".



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