terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dois Retângulos por 44 Milhoes

O que vocês acham de dois míseros retângulos serem vendidos por quarenta e quatro milhões de dólares?

Foi essa pergunta que eu fiz para alguns amigos e conhecidos outro dia. A pergunta foi feita para discutir um assunto um pouco recente, mas que não é nenhuma novidade: 

"Obra de Barnett Newman é vendida por US$ 44 milhões em Nova York. A obra, que mostra dois retângulos de azul intenso divididos por uma linha em tom mais claro da mesma cor, superou amplamente a estimativa de entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões.".

Isso mesmo, você não leu errado... QUARENTA E QUADRO MILHÕES DE DÓLARES... 

Quem não conhece o artista e muito menos suas obras, pode até pensar que talvez exista algo de muito inovador e genial para uma obra valer tanto... Mas não! Não há nada de especial, exceto a ostentação de colecionadores que pagam de acordo com a fama ou o marketing do dito "artista" sem nenhum vínculo com a estética, técnica e os conceitos artísticos e filosóficos.


O pior é que alguns ditos intelectuais e supostos entendidos de arte tentam justificar que vale sim o preço. E se você leitor, pensa assim, sinto muito mas o considero um idiota. Sem ofensas, mas não há conceito no mundo que justifique um preço tão absurdo para qualquer obra de arte que seja, e estou falando de obra de arte e não do LIXO que são as obras do Barnett Newman. Isso mesmo, LI-XO!

Voltemos a "obra" propriamente dita e sua descrição literal na matéria do sítio G1 entre aspas abaixo:
"A obra, que mostra dois retângulos de azul intenso divididos por uma linha em tom mais claro da mesma corsuperou amplamente a estimativa de entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões ".

Agora observem a dita obra...


 Me desculpem os adoradores da arte abstrata, mas qualquer um, repito, QUALQUER UM realiza um quadro desse. Não falo isso por não gostar de arte abstrata, eu gosto desde sejam obras bem trabalhadas, o que não é o caso discutido aqui. Quem quer defender uma arte picareta que defenda, mas jamais vou concordar com isso.

Sei que alguns estudiosos de arte vão dizer essa obra foi vendida por tanto dinheiro porque o artista conseguiu dar sentido a ela através de conceitos e a vendeu pelo fato de agregar valor... Alguns até apelam para criticar negativamente e até xingar de ignorante a quem afirma que isso não é arte.  

Porém, discordo categoricamente de qualquer um que defenda uma arte tão medíocre e preguiçosa como esta, pois sou envolvido com as artes desde criança, já criava na infância e pré adolescência pinturas bem melhores, conheço excelente artistas que são melhores. Ademais, sou artista e arte educador e tenho alunos que criam obras espontaneamente bem melhores que esses dois retângulos azuis divididos por uma linha no meio em tom mais claro. Até a descrição da obra soa imbecil por si.

E quando falo que qualquer um faz melhor, não me refiro apenas a técnica, mas  tudo que envolve o processo criativo nas artes que vai desde conceitos, pensamentos, sentimentos ao refinamento técnico e o pensamento pictórico. 

Para o exemplo disso, postei o seguinte no Facebook:

Colocaram um chimpanzé para pintar um quadro e ele naturalmente borrou aleatoriamente toda a tela. O quadro foi exposto como se o autor fosse um ser humano. O público era formado por pessoas que se diziam entendidos de artes e conceitos filosóficos e eles tentavam explicar qual era a expressão e o que o artista queria dizer, tentavam parecer inteligentes afirmando que todas aquelas manchas abstratas tinham sentido e era arte. Afirmavam com autoridade que o autor queria discutir algum conceito profundo com aquela "obra experimental"... Logo depois foi revelado que era um chimpanzé quem tinha pintado. E agora meu chapas, cadê as abstrações filosóficas? Ou vão dizer que o chimpanzé queria dizer ou discutir algo borrando uma tela com manchas e rabiscos?

O que eu quis dizer com isso? 

Muito simples, que os idiotas metidos a entendedores de artes sempre tentam explicar o inexplicável e podem ser pegos de surpresa em situações como a do chimpanzé. 

Se acha exagero, saiba que o que postei acima foi inspirado em acontecimentos reais, pois chimpanzés realizam diversas pinturas modernas abstratas, muitas delas melhores que os dois retângulos azuis divididos por uma linha no meio em tom mais claro que o B.Newman vendeu para algum idiota por 44 milhões.

Por exemplo: http://mais.uol.com.br/view/cphaa0gl2x8r/cotidiano-chimpanze-pinta-quadros-em-zoo-no-rio-de-janeiro-04020D9A3072D8813326

Imagine se no lugar da senhora simples, algum metido a intelectual visse a obra e iniciasse o vexame de tentar explicar as abstrações filosóficas do autor da pintura? 

Seria um vexame!

Acontece que os idiotas intelectualóides sempre vão tentar se passar por espertos justificando obras de artistas medíocres que até chimpanzés conseguem executar com maestria e até maior criatividade. 

Sempre vão tentar buscar em conceitos filosóficos ou em justificativas subjetivas absurdas que qualquer coisa é arte. Sendo que na realidade, isso não é verdade, isso é uma fuga objetiva do fazer artístico.

Quem pensa que tentando explicar borrões e rabiscos está dando novos sentidos a arte, se engana, pois na realidade o que está a fazer é a destruição e banalização das Artes.

O que no começo dos movimentos de vanguarda era uma quebra dos padrões clássicos, desconstrução dos paradigmas,  agora se torna uma caricatura ridícula da arte abstrata e moderna onde idiotas e medíocres borram e rabiscam qualquer coisa e chamam de arte. A quebra dos padrões clássicos se tornou o padrão entre artistas medíocres e preguiçosos que por preguiça ou por picaretagem, pensam que apenas a justificativa conceitual da arte vale por si só e não interessa para elas o resultado estético visual.


Pra fechar esse post, imagem de uma notícia sobre as pinturas abstratas de um macaco:




PS: Que tal comprar os dois quadros do macaquinho por quarenta milhões?


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